sexta-feira, 29 de março de 2024

Catarata

O que é?

           Catarata é a opacificação do cristalino, que é a lente natural existente no globo ocular, responsável pela focalização da visão para longe e para perto. Com a idade, geralmente dos 40 anos, pode ocorrer um processo de opacificação dessa lente (o cristalino) que leva a diminuição progressiva da visão. A rapidez dessa evolução varia de pessoa para pessoa e até mesmo de um olho para o outro.

 

 

Causas?

           As principais causas do surgimento da catarata são:

Idade, é a causa mais freqüente da doença;

Conseqüência do diabetes;

Conseqüência do uso indiscriminado e sem orientação médica, de colírios com corticosteróides;

Traumatismos oculares;

Radiação;

Infecções nos olhos;

Uveítes.

 

Sintomas?

           Principais sintomas da catarata:

Visão embaçada;

Necessidade de mais luz para enxergar com nitidez;

A leitura fica mais difícil.

  

Grupo de risco

Pessoas com mais de 40 anos.

 

Tratamento?

            Atualmente a cirurgia é realizada em qualquer tipo de catarata, independente do seu grau de comprometimento da visão. É um procedimento que dura por volta de 30 minutos, mas que apesar de rápido é também delicado.

  
Cirurgia é o único tratamento para catarata. Não há medicamento, vitaminas, colírios ou exercícios que façam a catarata desaparecer.

 

As técnicas mais utilizadas são:

Extra Capsular

Consiste em incisão no globo ocular de aproximadamente 10mm, retirando a catarata por completo.

 

Facoemulsificação

É uma cirurgia com incisões menores de 3,5mm, que consiste na introdução de uma espécie de cânula no globo ocular, ligada a um equipamento ultra-sônico, que aspira e emulsifica (dilui) a catarata, permitindo uma recuperação mais rápida.

A escolha de uma ou outra técnica dependerá de cada caso. Ambas são realizadas sob anestesia local, com implante posterior de uma lente intra-ocular.

Hoje não é mais necessário aguardar a catarata “amadurecer”. A decisão da cirurgia deverá ser tomada em conjunto com o seu oftalmologista, quando a visão estiver borrada o suficiente para dificultar as atividades da vida diária, isto é, ver televisão, trabalhar, dirigir com segurança, andar pela rua etc. é necessário que se faça a cirurgia.

Após o diagnóstico e a decisão pela cirurgia, será realizada a Biometria Ultra-sônica, onde teremos os dados para o cálculo adequado do grau da lente intra-ocular a ser implantada após a retirada do cristalino, para evitar o uso de óculos após a cirurgia.

 

É necessária a aplicação de alguns colírios no dia anterior à cirurgia;

As incisões são auto selantes e se fecham sem necessidade de pontos;

Durante a cirurgia o paciente não sentirá dor, nem verá o que está sendo feito pelo cirurgião;

Muito provavelmente haverá necessidade do uso e óculos para leitura de perto.

 

 

Lentes Intra-oculares:

           As lentes intra-oculares (LIO) são cristalinos artificiais, implantados no olho durante a cirurgia de catarata para substituir o cristalino opacificado. Elas surgiram em 1949, criadas pelo médico inglês Harold Ridley. 
           A primeira lente intra-ocular era feita de plástico rígido e se destinava a imitar o cristalino humano natural. Hoje em dia, os materiais mais usados incluem o polimetilmetacrilato (PMMA), silicone e acrílico. 
           Como o nome já diz, elas são colocadas internamente no olho para substituir o cristalino opacificado removido na cirurgia de catarata. São diferentes das lentes de contato, que são colocadas sobre a superfície da córnea para correção de miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.

           A qualidade de visão com a lente intra-ocular é muito superior àquela com óculos ou lentes de contato. Além de corrigir as deficiências causadas pela catarata, alguns tipos de lente também melhoram a qualidade da visão funcional, ou seja, a capacidade de enxergar em ambientes com pouca luminosidade. 

     A lente intra-ocular pode ser peça única e rígida, peça única e dobrável ou ainda formada por três peças. As dobráveis são consideradas as melhores, porque podem ser introduzidas através de uma mínima incisão. 

       Existem lentes monofocais e as multifocais, estas são as mais indicadas por permitirem a correção total da visão - tanto para longe, quanto para perto - e são capazes de promover a independência definitiva dos óculos para a maioria dos pacientes.

      As lentes não-dobráveis são implantadas após a remoção não automatizada do cristalino opaco. Podem requerer suturas para fechamento da incisão, cujo tamanho pode variar de 5 a 7 mm. São pouco utilizadas, pois necessitam de um tempo maior para a recuperação do paciente. 
           Mais utilizadas, as lentes dobráveis são implantadas após remoção automatizada do cristalino opaco, normalmente não necessitam de suturas, e o tamanho da incisão é de 3,2 a 3,5 mm. 
   Uma incisão menor (facoemulsificação) proporciona: cicatrização mais rápida (recuperação visual mais acelerada), menos trauma ao olho, melhor visão, retorno mais rápido às atividades normais e maior controle do astigmatismo induzido pela cirurgia.

             Uma lente intra-ocular monofocal padrão utiliza o princípio da refração, ou seja, ela direciona os raios de luz até um ponto focal. Este processo proporciona visão nítida apenas para uma única distância, sendo necessário o uso de lentes corretivas, como óculos, para se ter uma boa visão de perto, intermediária e de longe, simultaneamente.

             As lentes intra-oculares multifocais proporcionam uma visão de longe e de perto com menor dependência aos óculos após a cirurgia de catarata. Lentes com tecnologia difrativa e refrativa simultâneas, também reduzem fenômenos como glare (manchas brancas na imagem) e halo (anéis luminosos), associados à visão noturna.

             Há lentes que reduzem de forma significativa a dificuldade de enxergar em ambientes com pouca luminosidade e possibilitam que o paciente volte a realizar tarefas como dirigir ou andar nas ruas à noite.

 

Pós-operatório:

Após a cirurgia é feito um curativo que será removido no dia seguinte da operação, dando início a uma fase de tratamento com colírios e pomadas no olho operado. A recuperação é rápida e permite o retorno breve às atividades normais.

Não há necessidade de repouso absoluto ou internação hospitalar (dependendo de cada caso). Mas alguns cuidados devem ser tomados:

Não esfregar;

Não coçar;

Não dormir sobre o olho operado nos primeiros dias pós-operatório;

Não realizar esforço físico.

 

Resultados:

           O índice de complicações é baixo, mas existe, o que faz com que sejam tomados todos os cuidados pós-operatórios. A função do implante da lente intra-ocular é evitar o uso de óculos com grau alto, porém mesmo após a cirurgia, a maioria dos pacientes necessita do uso de óculos.